sábado, 12 de fevereiro de 2011

O samba forte de Candeia


Antônio Candeia Filho é um sambista de sangue.
Filho de sambistas de Oswaldo Cruz, frequentava rodas de samba desde criança. Adolescente já tocava vioão e cavaquinho, jogava capoeira e era participativo nos terreios de candomblé.
Aos dezessete anos compôs seu primeiro samba enredo para a Portela, neste ano, pela primeira vez, a Escola foi campeã com todos os quesitos ganhando notas dez.
Candeia virou policial, e não perdoava ninguém, prostitutas se queixavam dele, e até seus amigos tomavam dura. Amigos que também frequentavam as rodas de samba da casa de Candeia, e que lá ouviam suas belas composições.
Numa noite, Candeia dirigia quando um caminhão de peixe bateu em seu carro. Ele sacou a arma e disparou nas rodas do caminhão. O morotista deu-lhe cinco tiros, pegado um na medula. Candeia perdeu o movimento das pernas e viveu assim por muitos anos.
Após o acidente seus sambas ficaram tristes, falavam de morte, melancolia... Candeia não recebia mais ninguém em sua casa e não saía dela.
Mas isso mudou, o sambista recuperou o ânimo, mas sua vida estava quase no fim.
Nesta época ele cantou "...Sentado em trono de Rei / Ou aqui nesta cadeira / Eu já disse e já falei que / seja qual for a maneira / quem é bamba não bambeia / Falo com convicção / Enquanto houver samba na veia empunharei meu violão...", e fez sucesso na voz de Clara Nunes com "O mar serenou". Ainda lançou o LP Axé e criou a Escola de Samba Quilombo, que tinha como princípio defender o autêntico samba e ser uma instituição voltada para o povo da comunidade.
Um dos responsáveis por esse retorno de Candeia à felicidade foi seu amigo Martinho da Vila.
Candeia morreu no fim da década de setenta e deixou saudade em muita gente que até hoje o homenageia cantando seus sambas fortes.
Pra quem quiser conhecer um pouco desse som,
clica na capa do álbum lá em cima. Axé!

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